12.08.14
Billboard: Eles prefeririam ser conhecidos como um Blink-182 bebê do que como boy band
Postado por Fernanda Lima
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A súbita sensação da música chega a estrada com um álbum número 1, garotas gritando e uma tempestade nas redes sociais.

Não é difícil descobrir onde 5 Seconds of Summer está ficando na sua turnê em Milão: só siga os gritos.

Dez andares para baixo da cobertura de hotel que 5SOS — “five sauce”, para os devotos — está reunido para a sessão de fotos para a capa da Billboard, um monte de fãs adolescentes cobrem a calçada numa tarde tempestuosa em Junho. Tênis converse batem no pavimento. Pilhas de pulseiras coloridas de borrachas cobrem os braços de garotas correndo para cima e para baixo entre a porta da frente e a traseira, iPhones estão prontos para pegar uma vista rápida do quarteto pop-punk australiano.

Em quatro horas, 5SOS vai abrir para One Direction no San Siro Stadium, esgotado, com 80,000 lugares, lar do time de futebol A.C. Milan. Mas primeiro a banda precisa finalizar o photoshoot, sentar com os publicistas, abraçar fãs no meet-and-great no backstage, e ah, claro, dividir um jantar pré-show com o Niall Horan, da 1D. Então o grupo vai para o palco para um show pequeno, mas intenso, antes de ir direto para o aeroporto de Malpensa, onde eles vão voar para Londres para promover seu muito esperado primeiro álbum, 5 Seconds of Summer, que agora chegou nos EUA e foi lançado no No. 1 no Billboard 200. Com mais de 250,000 cóopias vendidas durante a semana finalizada no dia 27 de julho, é o terceiro maior lançamento em 2014, atrás de Ghost Stories do Coldplay e The Outsiders do Eric Church.

O lançamento impressivo do álbum foi estimulado em parte pelo sucesso, no começo do ano, do EP She Looks So Perfect, que chegou ao No. 2 (o single com o mesmo nome chegou ao No. 24 no Billboard Hot 100 em Junho, o primeiro hit da banda no top 40). Mas a venda na primeira semana foi, sem dúvida, acendida pelas aparições do grupo no Today e no Jimmy Kimmel Live!, onde o grupo tocou “She Looks So Perfect” em frente de milhares de fãs gritando e milhões de telespectadores.

De volta para o show em Milão, o guitarrista Michael Clifford, 18, pega uma guitarra e começa a fazer uma serenata no quarto com uma canção improvisada que faz seus companheiros de banda, baterista Ashton Irwin, 20; baixista Calum Hood, 18; e guitarrista, e o vocalista, Luke Hemmings, 18; rirem.

“Por favor comprem nosso álbum”Clifford cantarola com os olhos arregalados, simulando seriedade, o tipo de charme que só um menino adolescente bonito pode ter “Me ouça, por favor, nós não somos uma boyband!”

A música rápida, como a maioria das músicas do grupo, tem uma melodia infecciosa e letra atrevida. Isso também resume o desafio que 5SOS enfrenta tentando, simultaneamente, montar uma carreira e tirar o rótulo não bem vindo de “boy band pop punk”, um apelido difícil de evitar quando você está em turnê pela segunda vez com a mais nova grande boy band, One Direction.

“Algumas pessoas dizem ‘Oh, eles são só outra boy band. Eles vão ter alguma coisa e então vão desaparece'” diz Irwin “Mas nós estamos desafiando isso. Nós somos tão orgulhosos da música que fazemos — nós a amamos — e nós somos corajosos. Se alguém nos põe pra baixo, nós não ligamos. Isso é um pouco punk, não? Não ligar para o que as pessoas dizem?”

A banda se liga não com os estilos vocais de, vamos dizer, Boyz II Men e Backstreet Boys mas com o pop punk impetuoso dirigidos por guitarras de pioneiros como Blink-182, All Time Low e especialmente Green Day. Irwin acabou de comprar o último DVD de seu grupo favorito, Cuatro, e vem tocando sem parar durante todo o tempo livre que ele tem nessa turnê.

O fato de que 5SOS tem se amontoado com boy bands no passado e presente é mais um reflexo da sua idade e audiência, não sua música; “As pessoas ficam confusas porque somos novos e temos uma fan base feminina” disse Irwin, cujas admiradoras fervorosas surtaram recentemente no Twitter quando ele foi fotografado conversando com uma mulher desconhecida. “Mas Fall Out Boy também. Pete Wentz era o Justin Bieber de 2007. As menians o amavam, elas eram obcecadas por ele.”

Verdade, Wentz era glorificado pelo seu “delineador masculino sexy” na matéria ‘Most Beautiful’ da edição da People naquele ano. Mas Fall Out Boy em sua infância nunca estava na fila para abrir para ‘N Sync. A ascensão de 5SOS para 5SOS para os palcos mundiais foi ajudada, sem dúvida, pela associação da banda com a Modest Management, que também guia One Direction. Clifford, de todo jeito, é rápido ao apontar as credenciais do rock do agente do 1D, Richard Griffiths, que começou como agente para o AC/DC no meio dos anos 70.

O fundador/diretor da Capitol Records, Steve Barnett, que assinou 5SOS nos Estados Unidos, diz que o sucesso da banda é por conta da música, não suas conexões dentro e fora dos palcos. “Obviamente, a associação com One Direction é integral com o que está acontecendo com eles agora” diz Barnett “Mas também um espaço para abrir numa turnê maior não vem com a garantia de que a platéia da principal atração vá gostar de você.”

Julgando a capacidade da platéia em Milão, Barnett pode descansar em paz. One Direction alimentou o show esgotado em San Siro mas a fan base de 5SOS estava bem representada. A sessão muito cobiçada estava cheia de camisas brancas do 5SOS feitas em casa e com canetinhas. Durante o pré-show, o estádio ecoa com as fãs cantando junto com os refrões “Heyyy-eh-ey!” toda e cada vez que o sistema de som tocava “She Looks so Perfect”. Conforme as luzes caíam, metade do San Siro que consegue ver o quarteto em rota para o palco irrompe em gritos que parecem com os que rivais escutam quando o A.C. Milan faz um gol.

John Feldmann, o produtor da 5 Seconds of Summer, diz que a cena é a prova da mudança fundamental no pop-punk. “Na primeira onda de Green Day e Blink 182, [a platéria era feita de] 98 porcento de caras, com rodas punk, pulando no palco, cantando junto com punk-rock, bro-style” diz Feldmann, cuja banda Goldfinger foi uma parte integral da cena pop-punk no fim dos anos 90. “Agora, eu diria que são uns 80% de meninas” — justo na casa de 5SOS.

Faz um pouco menos de três anos desde que os quatro meninos que cresceram numa vizinhança dura em Sydney se juntaram pela música. Hemmings, Clifford e Hood frequentaram a escola Norwest Christian College em Riverstone, onde Hemmings fez o upload de um cover acústico de “Please Don’t Go” de Mike Posner no seu canal do YouTube. “Eu ganhei poucas visualizações” ele diz e Clifford chegou a ele com uma proposta intrigante “Ele veo até mim na escola e disse, ‘Você quer fazer um comigo e, sei lá, talvez fazer uma banda ou alguma coisa?'”

Depois de recrutar Hood para tocar o baixo, Clifford foi até seu amigo Irwin no Facebook, convencendo o baterista a juntar-se a eles, dizendo que 200 pessoas estavam indo ao seu próximo show no Annandale Hotel em Sydney.

“Na verdade, eram 12.” Irwin disse “Mas eu ainda digo que foi meu show favorito: dia mágico, 3 de dezembro de 2011. Eu lembro o que vestimos, nossa primeira foto de banda. Nós tínhamos franjas emos incríveis.”

O cabelo pode ter sido memorável mas foi Irwin que fez tudo clicar. “Ele era uma peça faltando no quebra-cabeça” diz Clifford sobre o único membro com alguma experiência em bandas “Ele meio que nos levava — literalmente, ele nos levava, porque ele era o único que podia dirigir.”

A estética faça-você-mesmo da banda era evidente no começo, às vezes granulada e usulamente filmada pobremente. “Todo mundo estavam fazendo aqueles covers populares, bem cortados e bem editados e nós só tínhamos um iPhone” disse Irwin “Nós colocávamos no apoio do microfone e começávamos a filmar.”

“Calum nem tinha um baixo” ele adiciona “Ele tocava a corda do topo de uma guitarra.”

Os quatro amigos se xingavam, atingiam notas azedas, bagunçavam e riam. Hemmings, de brincadeira, “vestiu” a, na época, franja de Bieber para o seu cover de “Next to You”, de Bieber e Chris Brown, que recebeu mais de 60,000 clicadas e é muitas vezes creditada como o que pôs 5SOS no mapa.

Mas tirando as piadas, covres e linhas de baixo com uma nota, a banda começou a escrever sua própria música — um fato que muitas vezes se perder, para o desgosto da banda, é a manchete “Banda Cover do YouTube Ganha Um Contrato”.

“Essa é maior coisa pra nos irritar” diz Irwin “quando as pessoas falam ‘Oh, então vocês ganharam sua popularidade pelo seu cover de ‘Next to You’. Isso significa que eles não fizeram sua pesquisa.”

Para sua informação, 5SOS lançou seu primeiro EP, Somewhere New, e single (“Out of My Limit”) em 2012. Um ano depois, “Try Hard” ganhou a atenção de Feldmann, que acabou produzindo e co-escrevendo quase todas (menos uma) das músicas no 5 Seconds of Summer. “Eles são compositores de verdade e músicos talentosos” ele diz. “Não tem nenhuma fórmula Simon-Cowell-achando-um-monte-de-caras-bonitos. São só caras com 1.90m da Austrália que amavam o mesmo tipo de música e formaram uma música.”

“5SOS é uma banda no sentido verdadeiro da palavra” diz Barne’tt, da Capitol “Eles são músicos muito proeficientes que escrevem as próprias músicas.”

Aquele material original deu a banda um show abrindo para a turnê australiana do Hot Chelle Rae em 2012. Griffiths, que gerencia 5SOS com seu gerente de muito tempo Matt Emsell, levou a banda para o presidente da Capitol Records do Reino Unido, Nick Raphael, que viu um show em Dublin.

“Um minuto e meio em sua primeira música, nós dissemos a Richard “Nós estamos dentro!” escreveu Raphael num e-mail para a Billboard “Eles foram infecciosos desde o momento em que pisaram no palco.”

“Infecciosos” é a palavra perfeita para descrever a banda já que eles foram virais no final de 2012, obrigada a Louis Tomlinson, do 1D, que tweetou um vídeo da música “Gotta Get Out”. “Sou fã dessa banda há um tempo”, ele escreveu, levendo uma avalanche de interesse intercional e mais de 76,000 retweets.

Milhares desses fãs do começo estavam inspirados o suficientes para ligar para DJs do local, pedindo para ouvir a música da banda que ainda tinha de pisar num estúdio. ‘Nós estávamos recebendo tweets um ano antes de 5 Seconds of Summer ter um contrato com uma gravadora’ diz Mike Biddle, assistente diretor no WPLW Raileigh, N.C.

Os australianos incríveis agora tem quase 4 milhões de seguidores no Twitter e sua conta no YouTube chegou a mais de 94 milhões de vizualizações. Enquanto algumas bandas passam seu tempo festejando, 5SOS é mais apto a postar vídeos bobos e selfies no Vine, Instagram e Facebook. Um clipe viral que teve mais de 700,000 visualizações em 3 dias, os caras da banda fingiram ser empregados da Target que levavam clientes a edição exclusiva de seu novo álbum. Eles estavam especialmente obcecados com Twitter, que explodiu em tempo real durante a primeira apreentação do grupo na TV Americana no Billboard Music Awards em maio. A conta oficial da banda, @5SOS, foi mencionada 451,000 vezes naquela noite. Juntos, com todas as contas pessoais dos membros, 5SOS recebeu mais mentions que qualquer outro artista combinado.

A influência da banda está extendendo longe das redes sociais, listas e etc. Como a Billboard contou recentemente, a letra do maior hit da 5SOS — “She looks so perfect standing there/In my American Apparel underwear” — levou a um aumento de 10% nas vendas das cuecas masculinas. “Ninguém da empresa nos mandou um email,” diz Hemmings com um sorriso. “Eles estão se fazendo de difícil.”

Também são pop-punk puristas que não querem nada do fenômeno boy band. Algumas pessoas rolaram os olhos com desdenho quando Hemmings vestiu uma camisa dos Misfits no palco no BBMAs.

“Pessoas estavam dizendo que Glenn Danzig rolaria no seu tumúlo — e Glenn Danzig ainda está vivo” Feldmann ri, que não é única personalidade pop-punk a defender 5SOS. Joel e Benji Madden, do Good Charlotte, co-escreveram e produziram “Amnesia”, a balada coração-partido da 5 Seconds of Summer, que rapidamente foi atirada ao No.1 no Trending 140 Chart na Billboard, seguido do lançamento do seu lyric vídeo em 1 de Julho, e vai e volta no topo desde então. E Alex Gaskarth do All Time Low, co escreveu “Kiss Me Kiss Me”.

Do jeito que 5SOS vê isso, a banda está ajudando uma nova onda de pop-punk simpático, enquanto pagando tributos para ídolos como Green Day e pavimentando o caminho para o futuro. “Se uma criança pega baquetas por causa de nossa banda, o trabalho está feito,” diz Irwin. “Só de ter guitarras na rádio de novo é legal.”

Outro planos para o futuro incluem lançar A&R pela Hi or Hey Records, a marca de 5SOS destribuída pela Capitol. “Uma versão feminina de nós seria legal,” diz Hemmings.

Por enquanto, a banda está primariamente focada no trabalho que tem nas mãos: abrir para o One Direction na turnê que vai cruzar os Estados Unidos até o começo de Outubro. “Nós precisamos respeitar que estamos aquecendo a platéia para a atração principal, que esgotou o estádio” diz Irwin.

Essa é uma atitude madura mas não sempre feita por artistas, quem dirá adolescentes que tem um primeiro álbum no topo das listas. Enquanto eles estão no palco, a performance se mantém essencialmente sem mudanças — “Nós damos pulos punk e tudo isso” diz Irwin — eles temperaram sua linguaguem para acomodar a fan base mais nova do One Direction. “Nós nunca dizemos ‘f—‘ no palco.”

“No nosso próprio show,” diz Hemmings, “nós falamos um monte de merda.”

Não vai demorar muito até que os membros da banda tenham a chance de expandir seus vocabulários como atração principal legítima. Mais que 10,000 ingressos foram vendidos em um dia para um show no dia 15 de novembro no Los Angeles Forum. Na próxima primavera, 5SOS vai ser a atração principal na turnê Rock Out With Your Socks Out, começando dia 4 de maio em Lisboa, Portugal. O grupo vai tocar em 26 outras arenas pela Europa e então voltará para casa para sua primeira turnê na sua terra nativa, cinco noites pela Austrália terminando em 29 de junho em Perth.

Se tudo for bem, 5SOS vai logo esta ganhando o poder do One Direction, onde todos os cinco membros ganharam mais de $23 milhões esse ano.

Então deixem todo mundo surtar pelo destino de boy bands que parecem nunca crescem para bandas de homens. 5 Seconds of Summer está muito ocupado vivendo o momento — e amando.

“Pergunte a qualquer banda de par, ‘ Você gostaria de ir disso para voar de primeira classe e ficar em hotéis legais?'” diz Clifford, “Eu garanto que cada um deles diria “Pra caralho!'”

Fonte: Billboard
Tradução/Adaptação: Equipe 5SOSBrasil

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