Em um dos dias mais quentes do ano, até agora, a 5 Seconds of Summer se apresentou em Darien Lake para milhares de fãs, com as bandas Hey Violet e ONE OK ROCK como atos de abertura.
A Hey Violet subiu ao palco primeiro, e desde o início da sua apresentação não consegui fazer outra coisa se não lembrar de uma típica banda de garagem de ensino médio. Com vocais estridentes e instrumentais excessivos, todo o conjunto foi sem graça. Apesar disso, eu não faria uma crítica a banda ainda, talvez com mais alguns anos de experiência e um som mais desenvolvido eles consigam encontrar uma combinação que funcione. Pode-se dizer que eles ainda estão encontrando seu lugar e precisam de tempo antes que possam entrar na cena, mas existe potencial por ali, em algum lugar.
A próxima banda a subir ao palco foi a ONE OK ROCK, e desde a sua primeira música eles pareceram dominar o palco como se fossem os artistas principais do show. Você poderia dizer que eles são uma verdadeira banda pop punk, sua energia, instrumentais pesados, e até mesmo seu raro grito hardcore, personificaram o real significado de ser punk. Sua energia era contagiante e eles conseguiram que algumas das meninas no meio da multidão ficassem na ponta dos pés dançando, cantando e batendo a cabeça junto com eles.
Finalmente, as luzes se apagaram, a multidão pulou dos seus assentos e os gritos de milhares de adolescentes encheram o local. A multidão gritava tão dolorosamente alto que você podia literalmente sentir os seus gritos vibrando através de todos os seus ossos! Sinceramente, a 5SOS deveria colocar um aviso em seus ingressos informando que protetores auriculares são altamente recomendados para evitar perda permanente da audição. Com toda essa energia adolescente, as expectativas sobre a energia que os meninos da 5SOS trariam para o palco foram elevadas. Apesar disso, pessoalmente, fiquei completamente decepcionado. Eles abriram o show com seu hit mais recente, “Hey Everybody”, mas não pareceram estar tão entregues à ele. Eles estavam dedilhando sem pensar nas guitarras e cantando nos microfones com pouquíssima ou nenhuma paixão aparente. Para as primeiras canções sua energia foi super baixa, para dizer o mínimo. No entanto, as meninas cegadas por pura admiração no meio da multidão não pareceram perceber que os rapazes no palco estavam apenas gesticulando. De qualquer forma, com a continuação do show os meninos pareceram encontrar muito mais energia. Qualquer um que pudesse dar um palpite diria que essa energia foi conquistada a partir da legião de fãs gritando seus coraçõezinhos para fora na multidão. Eles cantaram, gritaram e choraram junto com cada música sem falhar, numa dedicação absoluta que apenas boy bands conseguem tirar de adolescentes.
Durante todo o show procurei pelo menor sinal do punk da auto-declarada banda “pop punk”, e foi difícil encontrar qualquer um além de alguns piercings nos lábios e palavrões ocasionais. Você não pode negar o fato de que os meninos da 5SOS tem uma imensa quantidade de talento, mas infelizmente parece que eles caíram no que eu chamo de “a armadilha boy band”: lançar músicas pop para serem reproduzidas nas rádios e vender álbuns, ao invés de seguir de uma maneira mais difícil, mas ainda sim mais autêntica, e produzir música genuína. Suas músicas produzem um efeito de “eu já ouvi tudo isso antes” que vem com a rádio pop. No entanto, é inegável que a música em si está sempre evoluindo e que as bandas estão sempre mudando seu estilo, então talvez nos próximos anos veremos a 5SOS se deslocar mais para o punk e menos para o pop. Se não o fizerem, talvez eles acabem sendo mais uma boy band esquecida que já teve seus cinco minutos de fama.
Uma coisa que você não pode negar, porém, é que quando se coloca quatro jovens enérgicos em uma banda e se lançam músicas pop chicletes, você está destinado a reunir um exército de fãs. Assim, embora sua música possa parecer inautêntica para qualquer pessoa com mais de 16 anos, ela com certeza não parece ser assim para os dedicados fãs que formaram o público do show. A primeira indicação disso foi o nível de volume que a multidão atingiu, um nível que, segundo todos os cálculos científicos existentes, deveria ser impossível de se alcançar em um local ao ar livre. A segunda dica foi que para onde quer que você olhasse, havia alguém em um estado diferente de sofrimento emocional com lágrimas escorrendo pelo seu rosto enquanto cantava junto com a banda cada palavra de cada música. A última evidência foi quando milhares de meninas pegaram cartazes escritos à mão em folhas de papel simples com suas confissões mais profundas. Alguns exemplos era: “sou um lixo por bandas”, “eu cochilo demais” e “vocês salvaram a minha vida”. Acima de qualquer coisa, a dedicação emocional que os meninos da 5SOS recebem de seus fãs é algo do qual vale verdadeiramente a pena lembrar.
Somando tudo, a noite foi o sonho mais selvagem de uma fangirl, cheia de canções pop chiclete e meninos bonitos pulando por um palco. No entanto, mesmo que a sua música não seja tão profunda quanto um buraco pelo qual você passou na estrada, ela inspira milhões de adolescentes de todo o mundo e o que mais uma boy band poderia querer?
Fotos: Janine Van Oostrom.
Fonte: Live in Limbo
Tradução/Adaptação: Equipe 5SOS Brasil