Durante o ano passado, a 5 Seconds of Summer atingiu um nível em que o grupo passou a tocar em grandes anfiteatros e arenas – os tipos de locais em que eles tocaram quando o grupo australiano abriu para o One Direction na turnê “Take Me Home”, em 2013.
Ser a atração principal dos grandes palcos nesse momento tem sido uma experiência bastante diferente do que ser a banda de abertura para o 1D em 2013.
“Foi realmente assustador para nós”, disse o guitarrista Michael Clifford, relembrando os primeiros shows com a One Direction durante uma recente entrevista por telefone. “Quando começamos essa turnê em 2013, ninguém sabia quem nós éramos. Nós meio que tivemos que construir esse reconhecimento ficando melhor, melhor e melhor ao vivo. Foi quase como, se tudo com o que nós nos preocupamos por um longo tempo, tivesse sido como nós poderíamos nos tornar uma banda melhor ao vivo, tocar melhor, ter o público interagindo mais e coisas assim. Mas voltando para este ano, para agora, vemos quantos shows nós tocamos naquela turnê do One D e o quanto eles nos ajudaram a criar as nossas apresentações para que elas se tornassem o que gostaríamos que fossem.”
Três anos mais tarde, é seguro dizer que um monte de gente – especialmente os fãs adolescentes – sabem quem a 5 Seconds of Summer é. O álbum autointitulado de estréia do grupo estreou como número #1 na parada de álbuns da revista Billboard, com vendas de 259.000 cópias na primeira semana – o maior total para uma primeira-semana de qualquer CD desde o álbum autointitulado do Daughtry, em 2006. Isso aconteceu apenas alguns meses depois da banda lançar seu primeiro EP em uma grande gravadora, “She Looks So Perfect”, que estreou como número #2 na parada de álbuns Billboard em abril de 2014.
Dois singles retirados do álbum chegaram ao top 20 da seção de todos os gêneros da Billboard Hot 100, e o grupo seguiu o lançamento do álbum de estréia com um CD, dessa vez ao vivo, intitulado “LIVESOS.”
Em seguida, no outubro passado, um segundo álbum de estúdio, “Sounds Good Feels Good”, chegou, e ele mostrou que a 5 Seconds of Summer havia mantido sua popularidade. Ele estreou como número #1 na parada de álbuns da Billboard e, desde então, ultrapassou a marca de platina – apesar de não ter tido nenhum single no top 20 da Hot 100. (“She’s Kinda Hot” parou na #22 posição).
No entanto, tem sido uma ascensão bastante rápida para o grupo que foi formado por Clifford, Luke Hemmings (vocais, guitarra), Calum Hood (baixo) e Ashton Irwin (bateria) em Sydney, Austrália, em 2011, enquanto eles eram estudantes da mesma escola.
O grupo começou a sua carreira postando vídeos no canal de YouTube de Hemmings, fazendo covers de uma série de músicas populares. Um tal vídeo, da 5 Seconds of Summer fazendo um cover de “Next To You” do Chris Brown, gerou mais de 600.000 visualizações. No verão de 2012, o grupo assinou um contrato com a gravadora Sony/ATV e lançou seu primeiro single, a canção original “Gotta Get Out”, que ficou entre as cinco primeiras posições do iTunes na Austrália.
Foi nessa época que Louis Tomlinson do One Direction postou um link em sua conta no Twitter do vídeo da versão acústica de “Gotta Get Out”, dizendo que era fã de 5 Seconds of Summer já fazia um tempo.
Veio então a oferta de participar de uma turnê do One Direction em 2013. Foi uma grande oportunidade, mas aceitar a turnê traria um problema para a 5 Seconds of Summer.
O grupo se considera uma banda punk-pop, seguindo bandas como Green Day e Blink-182, e se juntar ao One Direction com certeza iria culminar com a 5 Seconds of Summer sendo rotulada como uma boy band pop/adolescente.
“Eu acho que nós tivemos nossos momentos de dúvida ao pensar sobre isso”, disse Clifford. “Mas, honestamente, nós seriamos muito idiotas de não aceitar participar disso (da turnê com o One Direction), porque eu nunca pensei que tocaríamos em casas de show com capacidades para mais que, tipo, 1.500 pessoas na Austrália. Ao fazer isso, as portas realmente se abriram; a plataforma que [os shows] nos deram foi enorme.
“Bandas que eu gosto, como Blink, Green Day, Sum 41 e outras… tenho certeza de que se eles tivessem a oportunidade de (abrir para uma banda como o One Direction), tipo se alguém dissesse ‘ou você toca para um público roqueiro para sempre em uma escala menor, ou toca para uma multidão pop em todo o mundo’, eu tenho certeza que todos eles também aceitariam [tocar para a multidão pop, em todo o mundo]”, disse ele.
A turnê de 2013 da One Direction colocou a 5 Seconds of Summer no mapa da música pop em todo o mundo, e no final daquele ano, o grupo assinou contrato com a Capitol Records.
Clifford disse que o grupo espera que “Sounds Good Feels Good” tenha solidificado a noção de que 5 Seconds of Summer é um grupo de rock e não uma boy band. Os quatro membros da banda tem como objetivo declarado trazer o rock de volta ao rádio pop comercial.
“Com o (primeiro) álbum, nós estávamos realmente aderindo a um novo tipo de rock ou a um novo tipo de pop-rock”, disse Clifford, descrevendo “Sounds Good Feels Good” como uma espécie de reviravolta para os fãs do primeiro álbum, por conta do seu som de rock mais pesado. “Somos do tipo que vai continuar superando os limites, o tanto quanto pudermos. Eu acho que isso é o que sempre quisemos fazer, trazer as guitarras de volta ao rádio.”
Ao mesmo tempo, Clifford disse que a 5 Seconds of Summer tentou criar músicas que se encaixassem na rádio pop – e não agradasse apenas o público mais limitado do rock. Em especial, o grupo queria apelar para o público teen, que havia ganho na turnê do One Direction.
E, de fato, a 5 Seconds of Summer tem algo a mais em sua música que uma típica boy band. Até mesmo algumas músicas do primeiro álbum, como “Don’t Stop”, “She Looks So Perfect” e “End Up Here”, são um pouco mais ousadas do que as de uma boy band pop. “Sounds Good Feels Good” da uma amplificada nas coisas com faixas com um pouco mais de rock, como “Money” e “Fly Away”. Mesmo as faixas mais pop, como “Hey Everybody”, “She’s Kinda Hot” e “Safety Pin”, trazem grandes riffs de guitarra combinando com a doçura de seus ganchos pop.
“Sim, acho que escrevemos e fizemos música para… para apenas uma audiência mais acessível”, disse Clifford. “Tentamos garantir que as músicas sempre fossem, tipo, grudentas, cantáveis e outras coisas. Mas sempre houve essa pequena diferença. Não era a mesma porcaria que todo mundo está fazendo agora. E eu acho que este novo álbum está superando seus próprios limites do que a música pop-rock pode realmente fazer hoje em dia.”
A música do grupo deveria ser grande e vivada o suficiente para funcionar bem em anfiteatros. O grupo criar música desse tipo faz sentido, considerando que estes são os locais em que a 5 Seconds of Summer sempre quis tocar.
“Tem sido uma coisa enorme para nós chegar nesse ponto”, disse ele. “Quero dizer, tocar em uma turnê de arenas é o tipo de coisa com a qual você sonha.”
Fonte: Spokesman
Tradução/Adaptação: Equipe 5SOS Brasil