A chegada da banda de Sydney 5 Seconds of Summer ao topo das paradas dos Estados Unidos esta semana deu início a uma nova era de ouro para os músicos australianos, do outro lado do oceano. 2014 já é o melhor ano para músicos australianos nos Estados Unidos desde 1981, ano que marcou o fim de uma década extraordinária de sucesso onde artistas como Air Supply, Olivia Newton-John, Bee Gees e Helen Reddy, alcançaram 23 primeiras posições.
Até agora, nesse ano, Iggy Azalea ficou no topo da parada de singles dos Estados Unidos por notáveis sete semanas, enquanto Sia e 5SOS estrearam no TOP 10 da parada de álbuns. De Perth, Troye Sivan liderou as paradas do iTunes nos Estados Unidos e ao redor do mundo.
A Billboard, empresa que administra as paradas dos Estados Unidos, confirmou que o álbum auto-intitulado de estréia do 5SOS, que vendeu 253 mil cópias, foi o mais vendido por uma banda nos Estados Unidos em oito anos. “Entre uma turnê de estádios com o One Direction e seus próprios shows solo, e o fato de que eles têm um álbum número #1 com músicas que funcionam para as rádios, eles foram feitos para ter uma boa carreira [aqui]”, disse Keith Caulfield, diretor associado de charts/vendas para a Billboard.
Caulfield disse que os consumidores norte-americanos não estavam escolhendo músicas com base em onde elas foram feitas ou na nacionalidade do artista.
“O mundo está se tornando [menor] quando se trata de pessoas encontrando seu artista favorito”, disse ele.
“O 5 Seconds of Summer foi capaz de chegar nesse ponto, chegar aqui e fazer sucesso nos Estados Unidos… Não importa de que país você é; só importa que a sua música se conecte com as pessoas.”
Caulfield disse que Azalea, por exemplo, nasceu para ser uma estrela do pop.
“Ela é essa figura magnética, que capturou a imaginação da América. Estamos super interessados no que ela tem a dizer”, disse ele.
Caulfield acredita a maioria dos americanos não viu o suficiente da cultura australiana além de Crocodilo Dundee e Men At Work.
“Não acho que a maioria dos americanos [conhece] muito a identidade australiana como sociedade e sua cultura, mas se você enviar novos emissários, mais Nicole Kidmans, Keith Urbans e 5 Seconds of Summer, iremos aprender mais”, disse ele.
Jenny Morris, uma ex-estrela pop e presidente do Australasian Performing Right Association, acha que os talentos no cinema e TV chamam a atenção para a Austrália.
“O sucesso dos atores australianos abriu uma consciência sobre a cultura australiana”, disse ela. “Além disso, com o sucesso da TV australiana na Europa, veio o apetite para a nossa música.”
Enquanto muitos acreditem que os compositores australianos estão tendo sucesso justamente por escreverem músicas para o mercado, Morris acha que um toque de diferença é o suficiente para faze-los se destacarem.
“Uma vez que o foco é lançado, as portas se abrem e por isso, se há uma música de qualidade em oferta, que soe um pouco diferente ou única, não será uma venda tão difícil”, disse ela.
“A confiança está sendo verdadeira conosco, e estilisticamente é uma continuação natural… especialmente se você olha para artistas como Sia, Lorde (neozelandesa eu sei, mas ainda relevante), e Tame Impala, por exemplo, você tem a essência de algo meio individualista e de artistas novos e exóticos, especialmente se forem inteligentes.”
Então, quem é o próximo? Caulfield disse que os artistas que estão se destacando agora provavelmente terão mais sucesso em breve, mas que também gostou das chances do Brisbane Sheppard, cujo single australiano “Geronimo”, levou a banda a ser co-administrada pelo empresário de Justin Bieber, Scott “Scooter” Braun, um dos figurões do pop dos Estados Unidos.
“Se Scooter está envolvido, algo grande pode acontecer”, disse Caulfield. “Todos os artistas que ele tocou tiveram grandes singles de sucesso.”
Fonte: Sydney Morning Herald
Tradução/Adaptação: Equipe 5SOSBrasil