26.07.24
“BLOOD ON THE DRUMS”: Ashton Irwin explora solidão e dependência em “The Roses”
Postado por Larissa Rhouse
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Ashton Irwin liberou “The Roses”, segunda metade do álbum “BLOOD ON THE DRUMS”, na última semana. O sucessor do “The Thorns” conta com oito faixas que refletem profundamente sobre solidão e dependência emocional. Confira:

Continue acompanhando este artigo e explore os diferentes conceitos presentes em cada faixa:

“The Roses”: A linha tênue entre o amor e a dor

As rosas são flores muito interessantes. Suas pétalas combinam beleza e delicadeza, enquanto seu caule reúne vários espinhos que podem ferir.

Essa espécie é um exemplo perfeito para objetificar a linha tênue entre o amor e a dor, pois apresenta uma estrutura que combina o belo com o perigoso.

Quando em doses certas, o amor é capaz de curar mágoas e fazer com que uma pessoa busque sempre melhorar. No entanto, quando ele se transforma em obsessão, o sentimento causa dor, insegurança e medo.

Ashton transitou justamente entre esses dois extremos para produzir “The Roses”, segunda metade de seu álbum solo “BLOOD ON THE DRUMS”.

Faixa a Faixa de “The Roses”

Em entrevista para a Rolling Stone AU/NZ, Ashton comentou que “o poder de uma ótima música pode realmente durar mais que sua vida (…) No final do dia, é uma recompensa por conhecer seu eu mais profundo. O pensamento geral é: se eu me sinto assim, tenho certeza de que outros se sentem”.

Então, ele abriu as caixinhas de sua mente e colocou diversos sentimentos intensos em músicas impressionantes. A seguir, confira o faixa a faixa do “The Roses”:

“The Canyon”

Em “The Canyon”, Ashton reflete sobre o sofrimento, a frustração e o desespero causados pelo abandono parental. Muitas vezes, esses sentimentos ficam escondidos atrás de uma máscara de alegria, mas, por dentro, a sensação é de angústia.

A solidão e o desamparo são tão profundos que ele se questiona até mesmo sobre a vontade de cometer suícidio. Isso é destacado no trecho: “Este mundo todo está me fazendo chorar / Veja minhas lágrimas no chão / Oh, você pensa sobre simplesmente morrer”.

Por sua vez, o fogo na montanha e o desfiladeiro referenciam a magnitude dos problemas psicológicos, enquanto os trechos finais mostram a esperança de superar os traumas:

Crescer sem um pai me fez questionar o homem que eu me tornaria e se eu conseguiria me libertar das correntes do vício e de todos esses tipos de coisas. [‘The Canyon’] Fala sobre passar por um vale de depressão, sair do outro lado com autocompreensão e sentir iluminação até certo ponto sobre quem eu sou e dominar quem estou me tornando como pessoa” – Ashton para a Rolling Stone AU/NZ.

“California Holds Her Breath”

Já sentiu como se não fizesse parte de um lugar? Aquele pensamento intrusivo, que vem de modo indesejado e faz com que você acredite que só será aceito se fingir ser outra pessoa…

California Holds Her Breath” explora a necessidade de soltar as amarras e encontrar um jeito de conhecer verdadeiramente alguém:

Eu quero saber onde você vai para mostrar seu rosto secreto / Onde as flores silvestres crescem e não parecem fora do lugar / Onde você está segura, onde você é ouro” – Trecho de “California Holds Her Breath”.

Apesar da vontade de se libertar, deixar os temores e incertezas de lado é difícil. Não por acaso, o personagem principal da faixa escreve confissões na parede do banheiro e se esconde por baixo da maquiagem.

Essa ideia de exposição e ocultamento revela a luta interna entre gritar ao mundo seus problemas e o medo de ser vulnerável na frente dos outros.

“Little Spark”

Little Spark” traz a perspectiva de alguém isolado e triste em um quarto de hotel, mas emocionalmente conectado a outra pessoa. A terceira faixa do “The Roses” traz dois termos muito interessantes: a ocitocina e a serotonina.

O primeiro é conhecido como o “hormônio do amor”, responsável por criar vínculos afetivos e emocionais. Por sua vez, o segundo é um neurotransmissor associado à sensação de bem-estar e felicidade.

As citações não são por acaso, afinal, elas refletem como o amor pode modificar as respostas químicas no cérebro:

Eu guardo sua foto na minha carteira também / É tudo o que preciso para reajustar meu humor / (…) Como seria minha vida sem minha pequena faísca? / Como seria minha vida? Eu ficaria no escuro” – Trecho de “Little Spark”.

“Wicked Habit”

A dependência emocional também é o tema principal de “Wicked Habit”. No entanto, diferentemente de “Little Spark”, que aborda a ideia de ter alguém como porto seguro, essa faixa do “BLOOD ON THE DRUMS” trata de uma obsessão destrutiva:

Diga que me ama, eu te dou todo o meu dinheiro / E meu sangue vital também (Ha) / Que hábito perverso (Hábito), sim / Eu simplesmente preciso disso (Preciso), sim / Por favor, não me acorde até que você esteja correndo pelas minhas veias / Não posso viver sem uma pequena dose de você, dose de você” – Trecho de “Wicked Habit”.

“Marry You”

Marry You” reflete os sentimentos vivenciados após encontrar a pessoa certa, fugindo um pouco da solidão e da autodestruição apresentadas nas faixas anteriores.

Embora também exista certa dependência emocional na quinta canção do “The Roses”, ela é apresentada de modo mais saudável. Basicamente, Ashton mostra que encontrou o caminho que sempre buscou:

Querida, bem antes de nos conhecermos / Eu era como um morto-vivo / Você me trouxe de volta à vida e disse / (…) Ooh, eu simplesmente não consigo controlar as coisas que estou dizendo (estou dizendo) / Estou parecendo louco (parecendo louco), sim / Ooh, você deveria saber que estou cansado de hesitação (hesitação) / Eu vou, eu vou me casar com você” – Trecho de “Marry You”.

“Glory Days”

Em “Glory Days”, Ashton lida com a saudade de uma época que nunca voltará. A letra traz a nostalgia de viver cada momento intensamente com outra pessoa, sem medo das consequências, ao mesmo tempo que destaca a dor do afastamento:

O mundo era nosso para conquistar / Nossos corações nunca iriam quebrar (Woah) / Soando como uma história perfeita / (…) Em outra vida / Realmente queria que a gente tivesse mantido contato / Agora aprendemos a pensar demais / Culpamos tudo por crescer” – Trecho de “Glory Days”.

“Wild Things”

Podemos dizer que “Wild Things” traz a essência dos nomes das duas metades do “BLOOD ON THE DRUMS”: “The Thorns” (“Os Espinhos”) e “The Roses” (“As Rosas”).

Essa canção retrata a aceitação incondicional pela pessoa amada, provando que estará junto nos bons e nos maus momentos, na luz e na escuridão.

É reconhecer que as mais belas rosas também têm espinhos, e que eles não fazem com que elas sejam menos encantadoras, mas sim mais fortes:

Não vou tentar te mudar / Porque onde você está é onde eu quero estar / (…) Entenda, eu assumirei partes de você que você prefere esconder / Pegue minha mão quando todos aqueles pensamentos complicados e bagunçados saírem da sua cabeça” – Trecho de “Wild Things”.

“Endless Wave”

Já ouviu a frase “a mudança é inevitável”? “Endless Wave” trata justamente disso, destacando a importância de aceitar as transformações inevitáveis da vida:

Os condores voando lá em cima / Ele observa todo o meu amor / A grama tá acenando pra mim / Minha mente preocupada me deixa em paz / Não dá pra prever a onda / A estação vai mudar de qualquer jeito” – Trecho de “Endless Wave”.

É interessante destacar que a última faixa do “The Roses” é um excelente reflexo da intenção que Ashton tinha quando começou a produzir o sucessor do “Superbloom”:

Eu só queria uma música importante. Algo com que alguém pudesse se identificar, sobre força interior, resiliência e reprogramar a maneira como você fala consigo mesmo para sobreviver” – Ashton para a Rolling Stone AU/NZ.

Então, o que acharam da intensidade de cada canção do “BLOOD ON THE DRUMS”?

Leia também: “The Thorns”: Ashton Irwin transita entre dor e esperança

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