13.04.16
The Guardian: resenha do show da 5 Seconds of Summer – o pop estereotipado da “geração internet”
Postado por Fernanda Lima
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2 de 5 estrelas
O2 Arena, Londres
O show da banda australiana com certeza se conecta com os fãs barulhentos, mas é difícil banir o ceticismo

“Esta é a parte em que eu escrevo uma música”, anuncia o guitarrista Michael Clifford, de alguma forma escolhendo sugestões de temas baseados em Londres, vindas de adolescentes tão barulhentos quanto o episódio mais libidinoso de “Whose Line Is It Anyway?”. A canção punk pop de 30 segundos que ele compõe é chamada de “Fish and Chips”; a da noite anterior era intitulada “Bangers and Mash”. Até as tentativas de improvisação ​​da maior “boyband Fall Out Boy” da Austrália estão se tornando estereotipadas – algo que não surpreendente, para a banda que escreve o código base do sucesso para o pop da geração da internet.

A conversa sobre a ascensão momentânea da 5 Seconds of Summer, que provavelmente recebeu esse nome em homenagem a previsão do tempo no Reino Unido para abril, será deixada ao acaso. Originalmente um grupo de adolescentes famosos no YouTube, com milhões de visualizações em vídeos de covers de Chris Brown, Bieber e Wheatus, eles começaram a compor material cedo com uma seleção de artistas pop e emo – Good Charlotte, Busted, McFly, vários compositores que trabalharam para o One Direction – e estouraram em todo o mundo abrindo os shows do 1D em 2013. Com o seu segundo álbum, lançado no ano passado, “Sounds Good Feels Good”, os dando seu segundo número #1 nos Estados Unidos, eles são o som da fixação mórbida da indústria por contagens de reprodução e clicabilidade finalmente dando certo.

Sua completa falta de espetáculo para arenas, provavelmente causada por um caso de aversão crônica a pirotecnia depois de o cabelo de Clifford ter pegado fogo no palco em Wembley, no ano passado, destaca seus desejos com o rock. Alguns solos de guitarra altos, uma menção à banda Bad Brains e Clifford com adesivos dizendo “pau e bolas” em sua guitarra sugerem que eles desejam uma aceitação no punk, mas enquanto eles estiverem tocando sobre romances emo pop (“Money”, “Outer Space”, “Good Girls”, basicamente, todo o set) isso será improvável. “Hey Everybody!” se parece tanto com “Hungry Like the Wolf” que Duran Duran deveria ter créditos na composição. “Amnesia”, com seu refrão folk a lá Frank Turner e X Factor, é imediatamente esquecível. “Stop loving me to death”, canta Clifford, com a autenticidade desesperada de um boneco Ken emo. A 5SOS acha que é uma pupa do Green Day; na verdade, eles estão mais para um Mr. Tumble cheio de angústia.

Para seu crédito, o remake de “At the Hop”, “She’s Kinda Hot”, é meio chiclete, o vocalista Luke Hemmings tem um carisma conhecido e sua conexão com o público é inegável. Quando a multidão levantou cartazes confessionais durante “Jet Black Heart” – “eu sou um sobrevivente” – você sente que deveria levantar um papel dizendo: “eu sou um crítico cínico de meia-idade do The Guardian; isso não é destinado para mim.” Mas, como aconteceu com o McBusted antes deles, a 5SOS existe para transformar adolescentes inclinados para o rock em bons consumidores pouco flexíveis, uma boa porta de entrada para o materiais difíceis como o do Bastille. “Nós somos a voz da nova geração”, eles cantam em “Permanent Vacation”. Deus nos ajude.

Fonte: The Guardian
Tradução/Adaptação: Equipe 5SOS Brasil

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